quinta-feira, outubro 05, 2006



Vigilância.

Despertar a vertigem de cada palavra:
despejá-la do avesso deixando que entorne
qualquer dicionarismo; desadormecê-la.
Envergar a palavra até que ela se torne

um arco sobre o qual se erguerão outros arcos.
Logo em seguida, implodir o arco – vértice
do poema – e transformá-lo em barco – vórtice
do furacão a que se chamará de verso.

Vê-lo desgovernar-se, pondo à prova sua
real capacidade de existir no mundo.
Em caso de naufrágio, simples: despedir-se
e do começo recomeçar. Despertando.

7 Comentários:

Blogger Cris disse...

Surpreendente, arrasou, Gregório...tenho muita responsabilidade por apenas ficar ao teu lado neste blog,beijos,Cris

5:18 PM  
Blogger Alice Sant'Anna disse...

oh, o título deu supercerto.

me lembrou o texto do dálmata, esse estilo de receita. gostei muito!
beijo

7:39 PM  
Blogger Ficas disse...

me lembra poesia portuguesa, mas algo que não ouso especificar.
gostei bastante.
tudo bom, gregório?
abraço

7:11 PM  
Blogger Constanza disse...

maravilhoso, gregorio!

3:41 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Que linda poesia,Gregorio.
Adorei !! Deliciosa mente criativa.
Esse é um dos melhores dias desse blog.
Vc, e a Cris que não fica atrás...sempre arrasam!!

7:00 AM  
Blogger Ficas disse...

É, fico com o João Cabral, parece mais mesmo.
Eu tô querendo mudar o estilo, to me achando um pouco azul calcinha. Mas passa.
Abraço

4:17 PM  
Blogger cris braga disse...

Belo, poético, especial.Amei esse texto.beijos

10:17 PM  

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