
SOBRE UM PEDAÇO ENORME DE MIM
O gênio é aclamado por onde passa, ele senta e é gênio, ele fala e é gênio, ele bebe e é gênio, ele briga e é gênio, ele tem gênio de gênio.
Ele tropeça em pensamentos, existem milhões de informações processadas naquele cérebro privilegiado mas ele prefere retirar de lá as mais simples e sinceras e jogá-las ao vento com a inocência de quem daria tudo pra voltar atrás e não cometer um erro bobo do passado. Volta a tropeçar em pensamentos...
O corpo se estica na chaise-long de um apartamento de alta-classe, ela é apenas um dos inúmeros móveis lindos, que ocupam toda a sala com vista panorâmica para a terra dos mamelucos. Ele nem pensa nisso enquanto se estica.
Volta a falar, e eu, num sentimento de minoridade enorme, causado pela verborragia espontânea do poeta, me torno um interlocutor sem locução. Observo e escuto sabendo que aquele momento é único... Único e raro, adjetivos que podem até ser similares, mas na boca dele se tornam dois universos distantes.
Suas arfadas são longas e tem minha companhia, seus olhares são lentos e tem minha contradição inquieta de jovem, sua cabeça inspira a simplicidade enquanto a minha tenta unir tudo o que nela é incluso para entender algo do que se passa...
Quanto menos entendo, mais percebo que aprendo.
Papai, sem saber de nada disso, se despede e vai dormir o sono dos gênios.

5 Comentários:
Top 3, com ctz!
Bjo
Não sei porque, mas logo no começo me deu um palpite de que isso era sobre o seu pai! Ao ler a última frase não contive o 'acertei' interno, hehe..
Beijocas, Rafael! ;*
Ah, mamelucoS pode? Ah bom.
Simples e sincero...
Adorei, Rafael...parabéns, cada vez melhor!!!
Cris Sauma
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