
Vontade de nada...
Acordou com uma imensa vontade de nada fazer. Acordou, olhou para cima, inclinou a cabeça para olhar a ponta dos pés que logo cobriu. Bebeu um gole d`água da noite anterior.
Após alguns segundos levantou o tronco para apertar um Trevo. Após, um cigarro de maconha e depois retorna ao Trevo, à água. Se vivesse na época do ópio, seu corpo já estaria inutilizado para qualquer trabalho. Leu dois capítulos do livro de cabeceira, fez anotações. Levantou-se quando a vontade de xixi já era insuportável. Lembrou-se de puxar a descarga quando já estava na cama abrindo novamente o livro.
Pensou em fazer a barba.
Não fez.
Deitou de bruços. Respirou, deitou de frente. Alongou o braço esquerdo tentando esticar o ombro. Nenhuma ligação no celular. Era capaz de aguentar a fome por mais algumas horas. Alguns trocados na carteira, lembrou, teria ainda de passar no banco. Respirou fundo, leu. Hoje não há trabalho. Ligou a televisão:
Junte dois amigos em uma casa. Junte um cachorro.
Coloque em banho maria.
Adicione mais dois amigos e pimenta. Deixar em banho maria.
Quando já estiver sentindo o cheiro,
Pique mais amigos-visitas, mulheres, livros e computadores.
Deixe ferver.
Escolha um deles para ser o primeiro a ser servido, separe os outros três junto aos limões e
abandone o cachorro, embrulhando-o em um jornal deixando-o na geladeira...
Desligou a TV. Sempre que ligava, o primeiro programa deveria ser interessante, senão não valeria a pena procurar. Desligou a TV. Estava com fome, não veria Ana Maria Braga se escondendo debaixo da mesa comendo um sarapatel. Será que a Ana Maria trepa?
Será que o Silvio Santos trepa?
Quem come a Dercy Gonçalvez?
Dormiu.
2 Comentários:
Está faltando uma representação feminina por aqui!
Bom texto!
concordo.
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